tag:blogger.com,1999:blog-48972786396200834562024-03-05T21:30:54.363-08:00Mujer de Palabras. Mujer de Palabras.
O blog da escritora Lélia Almeida.Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.comBlogger382125tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-65020367193335222052015-11-29T14:47:00.002-08:002015-11-29T14:47:04.362-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYlEAxUAME4I7jf0kzmkm2GpVZl4hB6K7hq9A4mmvONE7pfVdB7o9i1tA0d0Usd7BypDvqQHE-iazSbwN_kwhPklXqtxyFHqgozsc_o8Mkq_Behx4tsUEoZqbZy-VxIq6jEj_FkSar1jg/s1600/tumblr_nlazn0Z4911s5neh1o3_r1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYlEAxUAME4I7jf0kzmkm2GpVZl4hB6K7hq9A4mmvONE7pfVdB7o9i1tA0d0Usd7BypDvqQHE-iazSbwN_kwhPklXqtxyFHqgozsc_o8Mkq_Behx4tsUEoZqbZy-VxIq6jEj_FkSar1jg/s320/tumblr_nlazn0Z4911s5neh1o3_r1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
peixa e a sereia, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Minha mãe, que é gaúcha, foi morar no
Rio de Janeiro, menina ainda, com a família, e voltou aos 18 anos para o sul.
Foi com ela que aprendi a nadar e a respeitar o mar. Nos veraneios nas praias
do Uruguai quando eu era pequena tínhamos um ritual secreto, depois que todos
dormiam na casa, em noites de lua clara íamos nadar juntas. Ela recomendava que
não fossemos muito longe porque eu não imaginava os bichos que podiam vir à
beira-mar de noite, mas mesmo assim íamos. Eu fascinada com a brincadeira e com
os tais perigos insondáveis e sempre sabendo que se ela estivesse por perto
tudo ia ficar bem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ontem fiz o ritual sozinha, numa noite
nublada e de muito vento, conduzida pelo triângulo de águas desenhado no meu
mapa de nascimento. O mar estava calmo e a água morna. Antes de molhar os pés
fiquei olhando encantada a força e a velocidade do vento sobre a areia que
parecia mostrar, graficamente, como acontece nos filmes que indicam que na
velocidade das imagens, uma radical mudança do tempo. A virada de um tempo interno
e misterioso. Uma mudança inexorável, inadiável e soube assim que o pior já
havia passado. Molhei os pés e ali mesmo, na solidão da noite, tirei a roupa e
deixei os óculos e as sandálias juntos segurando o vestido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A praia estava vazia e entrei no mar
nua, lembrando aqueles tempos, firme e segura, sem a minha sereia por perto.
Era uma noite esplendorosa e mergulhei sem medo nas águas agradecendo aquela
pequena bênção nestes tempos de tantas dores e de tantas mortes. E pude ouvir
as nossas risadas de outros tempos ressoando fortes com o barulho das ondas.
Agradeci imensamente às águas pela capacidade de improviso nos tempos tristes,
de maleabilidade e acolhimento, sua força perseverante e irredutível. Olhei
para o céu imenso e abri os braços em gratidão profunda, sem conseguir parar de
sorrir. E fiquei muito tempo dentro d’água numa espécie de batismo primordial,
renascida. Um ponto de mutação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Quando voltei à praia só encontrei as
sandálias e o vestido, e os meus óculos não estavam mais. Não pude deixar de
pensar com graça e ironia que às vezes é preciso aprender a ver as coisas de
outra maneira ou, simplesmente, livrar-se dos óculos das ilusões perigosas,
estas mesmas que nos espreitam como tubarões, arraias e outros na beira da
vida.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">No dia seguinte pela manhã parti da
praia mágica cheia de gaivotas. Não olhei pra trás e estava pronta para nadar
em outras águas. Fortalecida, dona e senhora de mim, as dores e as lágrimas
vencidas diluídas agora no vasto mar, segura pela mão firme de uma mãe primeva
que agora me habita finalmente.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-26377200015723204272015-11-26T14:58:00.003-08:002015-11-26T14:58:23.510-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_SbGj0fvZqZYDkfA5TDPwhfx9diI3Yflh8TblBeVjOohEooFusRcUTr3NPKJprP8LDMyLjO_dWK5Qlsz3u_75Yr9IoS5i77pS5WSl7rrodhxjKeFsU_De5OBg3rF_i2gquW8fNVszQEg/s1600/ESTAS2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_SbGj0fvZqZYDkfA5TDPwhfx9diI3Yflh8TblBeVjOohEooFusRcUTr3NPKJprP8LDMyLjO_dWK5Qlsz3u_75Yr9IoS5i77pS5WSl7rrodhxjKeFsU_De5OBg3rF_i2gquW8fNVszQEg/s320/ESTAS2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Os
meus, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ri
muito com alguns posts realmente engraçados e inteligentes da Hashtag
#meuamigosecreto, que denuncia o machismo e o abuso no cotidiano. Mas
confesso que estou meio cansada desta história de que quando se fala em
sexualidade feminina só se fala em abuso e maus tratos, simplificando de uma
maneira radical que as mulheres são unicamente vítimas e os homens agressores e
babacas. De minha parte e experiência conheço e convivo com homens maravilhosos
e mulheres machistas, manipuladoras e cretinas. Já escrevi muito sobre isto por
aqui, mas este reducionismo faz com que as mulheres permaneçam sempre
cristalizadas num lugar de vítimas esquecendo toda a complexidade e grandeza
que é um encontro sincero e feliz entre os homens e as mulheres. Tive dois bons
companheiros com quem vivi alguns anos, com um deles tive um filho, tive
namorados e amantes inesquecíveis e generosos que me ensinaram a crescer e
desabrochar, fui chifrada umas quantas vezes e tive alguns grandes enganos, mas
não desisto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Tem
coisas que só converso com homens, e só entendo quando eles me explicam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Meu
irmão outro dia me explicou, didaticamente, o que era lavagem de dinheiro e o
meu outro irmão me deu uma aula sobre energia eólica, coisas que eu pensei que
sabia, mas que não sabia, com aquele jeito prático que às vezes só eles sabem
dizer. Meus irmãos são ciumentíssimos de mim até hoje, protetores e meus
grandes amigos, pesem todas as nossas dificuldades e períodos longos de
distância e saudade. Meus primos homens também me acolhem, me prestigiam e me
cuidam e adoro estar com eles. Mostraram-me mundos inusitados e me apontaram
horizontes fartos na troca dos livros e músicas na adolescência, e sou grata,
gratíssima, na verdade, por nunca terem me tratado como uma debilóide porque eu
era uma mulher. Meu avô me chamava de “pequena camotinha”, rindo da menina
furiosa que eu era. Tenho amigos queridos que me dão colo sem que eu precise
pedir e nunca falamos muito, eles estão ali e sei que olham por mim, uma vida
inteira. E tenho um filho homem que me ensina coisas de mim mesma que jamais
aprenderia de outra maneira. O nosso amor vinga forte ao longo da nossa vida
juntos. Gosto dos homens, simples assim. Da energia deles, do fato de sermos
diferentes em tudo e da companhia deles, do jeito que eles me olham e tomam da
minha mão.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E
gosto do meu pai, o pai mais amoroso do mundo, que na última vez que estive com
ele, caminhando abraçados embaixo das árvores no sítio, me disse, finalizando
uma conversa difícil: - “Olha pro sol, gordinha, que as sombras todas ficam pra
trás.”<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-56894946156803603352015-11-16T13:26:00.004-08:002015-11-16T14:01:03.276-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSJXxknePxLQtSUkvzvC_keBBGDZTGln8i1oe87gZXlgOuLVB0IM0mK0eCAd58NlecEBsBFy3XkIAVZ4wGY-Puhm_k-PlYsRKDwk1jo0not3wR3QOcODJhSaN_gFZRiqqIMN7TlKT2NO0/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSJXxknePxLQtSUkvzvC_keBBGDZTGln8i1oe87gZXlgOuLVB0IM0mK0eCAd58NlecEBsBFy3XkIAVZ4wGY-Puhm_k-PlYsRKDwk1jo0not3wR3QOcODJhSaN_gFZRiqqIMN7TlKT2NO0/s1600/download.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Cuidado
com a cueca que você usa, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A consulente me liga às 22hs chorando e
me diz, “você tem que me atender agora, estou desesperada e preciso ver as
cartas.” Sinto pela sua voz que a coisa é séria e digo que ela pode vir. Ela
senta ofegante na frente das cartas enquanto sirvo um chá de erva-doce e ela
mais branca que um lírio, tenta se acalmar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Tu não sabe o que eu fiz ontem”, ela
começa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">JR, que é como ela chama o marido foi buscá-la
no trabalho e deixou- em casa com um beijinho na bochecha, dizendo, “Tchau,
minha linda”, às 18hs dizendo que ia pro jogo do Inter, que era às 22hs. É claro
que ela só se deu conta sobre a disparidade dos horários depois que o carro já
tinha dobrado a esquina. Mas aproveitou a noite para lavar e fazer uma escova
nos cabelos e descansar um pouco. Às 23:53 chegou a mensagem pelo watts: “Oi.
Não vou voltar. Amanhã conversamos. Boa-noite.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Ela pegou o pau que ele guardava atrás
da porta da casa para se proteger de possíveis assaltantes e saiu rua afora
sabendo onde encontrá-lo. O carro dele estava na frente da casa da vadia. Não
sabe de onde veio tamanha força física, diz, e começou estraçalhando o vidro
detrás do carro, depois o do frente, o das portas e quando estava arremetendo
contra o capô a porta da casa abriu e saiu o tal JR de cuecas e a vadia de body
oncinha e sandálias de plataforma douradas. A vadia (que não fiquei sabendo o
nome até agora) gritava que ia chamar a polícia enquanto JR tentava tirar o
pauzão da mão dela. A polícia veio imediatamente, colocou os três na viatura e
rumou para a delegacia na frente de uma vizinhança encantada com o furdunço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A delegada era uma mulher imensa com uma
cara de poucos amigos e que naquele momento devorava um xis com uma coca 2
litros. E de boca cheia perguntou: “- Que putaria é esta aqui no meu
estabelecimento?” Eu disse, ela contou: “-É simples, doutora, eu quebrei o
carro dele porque ele é meu marido e estava na casa desta vadia”. A delegada
disse, “- Sai todo mundo daqui que hoje to com os corno virado, saiam já daqui!”
– “Mas a senhora não vai prender esta louca?” perguntou a oncinha. A delegada
viu então que a cueca do tal do JR era do Inter e perguntou se o elemento era
colorado. A consulente disse que sim, e que ele era fanático. Ela ordenou ao
policial: “- Tire a cueca do donjuan e mande os dois embora, sem carona viu, a
pezito nomás, se fosse gremista eu continuava a conversa, e já pra fora com
esta bagacerada que tô começando a ficar com enxaqueca”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">JR, agora transformado em elemento, saiu pelado com as mãos em concha sobre o membro murcho e a consulente foi pra casa
aliviada arrastando o pau redentor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Perguntei o que ela queria saber das
cartas, ela disse que agora nada, e tirou da bolsa duas latinhas de cerveja bem
geladas explicando que o que precisava mesmo era de uma amiga para comemorar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Assim estão as pessoas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-50550636976061998772015-11-15T12:17:00.003-08:002015-11-16T13:40:14.924-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdEaDzCMxShlkgIZ2Dzg8rQvciBBUAyTVwISBzeb4MxSVlQQiea0hphWCZyk39CTUyg2ucRZ0nEDxW3uvfOIM-52z8f3xLGRu1H0B_q5xgUE_c7LsDtwm-8iWHV8AYo-9YeoxiTVGjnIQ/s1600/upload-20140829124531centro_cultural_ceee.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdEaDzCMxShlkgIZ2Dzg8rQvciBBUAyTVwISBzeb4MxSVlQQiea0hphWCZyk39CTUyg2ucRZ0nEDxW3uvfOIM-52z8f3xLGRu1H0B_q5xgUE_c7LsDtwm-8iWHV8AYo-9YeoxiTVGjnIQ/s320/upload-20140829124531centro_cultural_ceee.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">As
cidades são os nossos amores, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Tem muitos lugares que gostaria de
viver, ou de voltar a viver. Barcelona, Mendoza, Brasília, Londres e outros
mais. O que nos encanta nas cidades são as experiências vividas e as pessoas
com quem convivemos nelas. Porto Alegre, neste momento, é a minha cidade de
eleição. Onde reencontrei amigos do tempo da faculdade, ex-alunos, primos
amados, e que nos devolvem uma memória preciosa que só nós conhecemos como
guardiões sagrados da nossa simples existência. Devolvem-nos memórias preciosas
e lembramos quem somos e assim estamos salvaguardados. As cidades ficam
imantadas de amor por conta da nossa memória afetiva e das histórias que
vivemos com quem amamos, convivemos e crescemos. As cidades e os nossos amores
se misturam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Há exatamente um ano fiz uma sessão de
autógrafo no Centro Cultural CEEE - Erico Verissimo. Hoje fiz o mesmo caminho
para a Rua da Praia, saindo do Mercado e chegando ao Centro Cultural. O “Café A
Brasileira” estava fechado, fiquei olhando a fechada do prédio e senti uma paz
indizível dentro de mim. Cheguei ao Centro Cultural e estava em Porto Alegre de
novo, na Feira do Livro que eu tanto amo, indo dar uma palestra como faço há
mais de vinte anos. Nada doía. Éramos eu e a cidade num domingo quente e
ensolarado, e nada mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">No dia 4 de novembro do ano passado, na
sessão de autógrafos estavam ele e a minha amigona de toda a vida, a Ana Ana
Luiza De Moraes Vieira, que estava hoje no mesmo lugar comigo ouvindo a minha
palestra. No ano passado, depois da sessão de autógrafos, eu ia para um sarau
literário encontrar com a Karla Melo e com o Samarone Lima. Despedi-me da Ana e
desci com ele para tomarmos uma água antes do sarau. Na porta do prédio
encontrei com o Taylor Diniz que me disse que estava indo ver o Miguel Sousa
Tavares. Não fui ao sarau e não fui à palestra, fui tomar uma água com ele no
“A Brasileira”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">As parcas estavam tecendo, quem sabe
distraídas ou cansadas, tramando tantas malhas ao mesmo tempo. Mas fui eu quem
escolheu. Fui tomar uma água com ele no “A Brasileira”. E nunca me perguntei o
que teria sido da minha vida se tivesse ido ver a palestra do português ou se
tivesse ido ao sarau.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Eu escolhi. Foi uma escolha minha e nada
mais. A vida é assim. E não há outro jeito de vivê-la. Que as experiências tem
prazo de validade e nenhum certificado de garantia.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-45534502152379772082015-11-15T12:15:00.003-08:002015-11-16T13:32:36.697-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDxuX0JLJs0E3NpirgCJ-22aRFLtXwLLD42BJ6KoTPi1xR5ZxkZIT4ND7yUrVaNcMC2CVS5vn_RzhG7-ZpH_sTPRv61GcmCzrYfqft-y-QA_f2p857NeLHpR3NkMDuQMwE2uvwProjzwo/s1600/143868%252Cxcitefun-great-paintings-of-mother-towards-baby-l.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDxuX0JLJs0E3NpirgCJ-22aRFLtXwLLD42BJ6KoTPi1xR5ZxkZIT4ND7yUrVaNcMC2CVS5vn_RzhG7-ZpH_sTPRv61GcmCzrYfqft-y-QA_f2p857NeLHpR3NkMDuQMwE2uvwProjzwo/s320/143868%252Cxcitefun-great-paintings-of-mother-towards-baby-l.jpg" width="231" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Chame
sempre a sua, mãe, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Fui estudar em Mendoza quando o Pedro,
meu filho, tinha sete anos. Ele se alfabetizou lá. Com tantos afazeres entre os
estudos de doutorado e cuidar dele e da casa sozinha, não percebi como ele
aprendeu o idioma. Um dia o vi na calçada da rua sentado com dois amigos
trocando figurinha do álbum de futebol daquela Copa que a França ganhou do
Brasil. Eles batiam as figurinhas e diziam: “esta tengo, esta no tengo, tengo,
no tengo”, numa velocidade absurda. Putz, eu pensei, o cara ta falando espanhol
e eu nem sei quem ensinou pra ele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Não foi fácil pra ele ficar longe do
Brasil, que significava ficar longe da avó que ele tanto amava, do pai, dos
tios, dos amigos. Mas o maior medo dele era se perder na cidade e não me achar.
Um dia ele me perguntou: “E se eu me “perdo”, vou virar um menino de rua?” Eu
disse que não, que ele não ia se perder, e que ele sempre podia pedir pra alguém
me procurar e que ele sabia o meu telefone e o nosso endereço e que sempre ia
dar certo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Na nossa última semana em Mendoza,
depois de dois anos, ele se perdeu dentro do supermercado. Ouvi o alto falante
dizendo, “El señor Pedro Domingues busca por su mamá, está en la puerta de
número 3”. Voei até o lugar onde ele estava e o meu pequeno veio correndo com a
cara mais feliz do mundo, me abraçou e disse: “- Deu certo, mãe! Deu certo!”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Numa outra ocasião ele desapareceu dois
dias em Brasília, bem mais velho já, perdido numa tormenta erótica com uma
sirigaita. Não atendia o telefone e não dava notícias. Depois de chorar que nem
uma bezerra desmamada e me arrancar os cabelos, respirei fundo, fiz OM por
muitos minutos e pensei, se este guri é louco, eu sou mais louca do que ele, e
há mais tempo! Não vou me mixar pra ele. Fui pro Facebook e postei um aviso na
página dele dizendo que quem soubesse do paradeiro dele avisasse que tinha
morrido uma pessoa da família e que ele entrasse em contato. Ele ligou em cinco
minutos e eu disse que se ele não voltasse já pra casa que o morto ia ser ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Sempre chame a sua mãe. Sempre da certo
quando a gente chama pela mãe, ela ta sempre por perto. Mesmo quando elas não
estão mais por aqui, quando a gente chama por elas, elas comparecem. Às vezes
disfarçadas de amigas e amigos que nos amam e nos conhecem como ninguém, às
vezes como desconhecidos que nos dizem a frase certa na hora em que mais
precisamos, e que nos salvam, e às vezes é aquela voz interior que fala dentro
de nós e que é a voz dela guardada pela convivência de toda uma vida. O
importante é a confiança que temos nesta voz e no olhar amoroso que só estes
amigos têm de verdade por nós.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Hoje encontrei o meu vizinho, o Augusto
Bier, no boteco da esquina comprando um picolé, este Bier que eu adoro e
admiro. E ele me disse com aquela voz de acalanto dos amigos que nos embalam:
-“Vai passar. Sempre passa!”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E voltei pra casa nutrida e certa que
sim, que vai passar.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-25419217124740629512015-11-13T13:30:00.002-08:002015-11-13T13:32:35.512-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlvQNSGJp9C8ocbt3rKvyft24eINjwDrDlLt0bPUrU7IKP1n49xaP4elq3OWjkl_Lh0Ng5t9KRWHj8D5rRxLBGmnzuQ3dyixsgWiItn6kbuOscInGGilQ8MyVW-VVumUYCrRx0_F1Ovc/s1600/13c2be80c728802b83d33a6d817e3a50.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlvQNSGJp9C8ocbt3rKvyft24eINjwDrDlLt0bPUrU7IKP1n49xaP4elq3OWjkl_Lh0Ng5t9KRWHj8D5rRxLBGmnzuQ3dyixsgWiItn6kbuOscInGGilQ8MyVW-VVumUYCrRx0_F1Ovc/s320/13c2be80c728802b83d33a6d817e3a50.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Inveja
da Maria Bethânia, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Minha amiga-irmã, Milena Weber, me
convidou para ir ao show da Maria Bethânia no Araújo Viana no domingo. A
aparição da Bethânia é algo indescritível, sua voz, sua presença de palco, sua
força. Eu queria ser a Maria Bethânia, provocar, como artista, este frisson nas
pessoas. Ela, como outros atores e cantores, a gente quer levar pra casa, ficar
amiga, ser aquela força. Nunca serei como ela. Escritores não aparecem e quando
aparecem só provocam a mais imediata reversão de expectativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Quando publiquei na internet um texto
chamado “Sexo Virtual”, que fez muito sucesso na época, fui convidada para
tomar um café com um diplomata em Brasília. A cara de desapontamento do sujeito
quando me viu entrar, uma senhora quase formal, atrapalhada entre um celular e
um guarda-chuva, foi de dar dó, quase voltei da porta do restaurante. Comemos
aipim frito e tomamos uma caipirinha e o encontro foi rápido quando ele viu que
não ia render nada mais, além disso. Muitos leitores fantasiam que tudo o que
escrevemos foi vivido e como adoro escrever piadas sobre sexo, já que o sexo
pra mim é ridículo e divertido, sem nobreza nenhuma, sou assediada
constantemente para contar sobre aventuras que jamais vivi ou por sugerir que sou
alguém muito porra louca, coisa que também não sou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Ninguém entende esta gente que escreve,
nem nós mesmos entendemos, e talvez esta seja a graça da coisa toda. Também fui
convidada para um chá com mulheres que queria saber se eu tinha saído com um
japonês que foi personagem da minha crônica chamada “Turbilhão”. O japonês
nunca soube da minha existência, minha vida é tão normal como a de qualquer
feirante que acorda cedo e pega um ônibus pra ir trabalhar. O que eu tenho é
uma imaginação delirante que me ajuda a espremer da vida comum e corrente seu
sumo mais delicioso ou ácido, dependendo do dia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Eu nunca gostei de conhecer os
escritores e escritoras que amo, sei que o texto é sempre muito superior ao que
somos. Mesmo assim provocamos este estranhamento. Cada vez que me hospedo num
hotel e coloco ESCRITORA como profissão o espanto das pessoas é imenso, e
sempre há um comentário surpreso e inevitável. Se escrevesse que era PUTA não
teria o mesmo efeito, ser escritora é muito mais estranho que ser puta, parece.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Tenho dado muitas palestras para
mulheres jovens nestes tempos em que o feminismo está na moda e não é menos
diferente o espanto das meninas quando me vem chegar. Depois que conversamos
muda um pouquinho, mas só um pouquinho. Mulheres que pensam e escrevem são
pessoas incompreendidas, fora do lugar, deslocadas e isto não muda. Nem se eu
usasse aquela saia de lamê dourado da Bethânia ia conseguir um efeito
contrário. Escritores são pessoas sem glamour, vivem muito sós e só pensam
bobagens, são obsessivos, fóbicos, instáveis, sensíveis na hora errada,
distraídos e choram de ranho quando encontram aquele livro que procuravam há
dez anos, como se tivessem encontrado um tesouro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">E levam anos, muitos anos para que o
trabalho apareça e que algumas pessoas se emocionem com o que conseguimos
escrever. O maior elogio da minha vida foi de uma mulher de comunidade, muito
pobre, no interior do Espírito Santo, que depois de uma palestra, me presenteou
com uma imagem da Virgem Maria e disse: - Que Deus sempre lhe abençoe, quando a
senhora fala as palavras entram dentro da gente, a senhora tem elegância
mental. Nunca entendi exatamente o que ela quis dizer, mas amei demais da conta.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Este foi o meu momento Maria Bethânia,
não me queixo, ninguém jamais disse isto pra ela, garanto que não.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-23564098071317829702015-11-12T16:03:00.002-08:002015-11-12T16:03:52.058-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6HSqVIvcGtY05FfFJewmOWWYvstF50w3VhDJM5thHg-SnYdKHqZg8tNlWLPpXNw4y3K7OPB-6AzN1xYqVwnUDpVW5r6pUynPXBJ0NgB6OYla7uoNvKM1HGGZPtPnw4qqIn4tqr2lOyos/s1600/12009728_1076584595698658_4860034742661771419_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6HSqVIvcGtY05FfFJewmOWWYvstF50w3VhDJM5thHg-SnYdKHqZg8tNlWLPpXNw4y3K7OPB-6AzN1xYqVwnUDpVW5r6pUynPXBJ0NgB6OYla7uoNvKM1HGGZPtPnw4qqIn4tqr2lOyos/s1600/12009728_1076584595698658_4860034742661771419_n.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Assim estão as pessoas,
por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A consulente é
psicóloga, uma psicóloga famosa da cidade. Conta-me que o marido a deixou pela
babá das crianças. Ficou três meses fora de casa. Chora de ranho na minha
frente abraçada num rolo de papel higiênico. As cartas são claras, não vejo a
separação deles e fico curiosa com o andamento da história. Cartas, aliás,
maravilhosas. As taças de amor transbordando e o ás de paus, aquele pauzão, bem
no meio do jogo. Depois que ela se acalma consegue contar que eles acabaram do
voltar. Que foi numa mãe-de-santo que mandou-a passar mel na passarinha, no
sentido horário, durante 9 segundas-feiras. E que colocasse o nome do marido e
da “vadia” (palavras dela) rasgados, em 27 pimentões vermelhos e enterrasse no
jardim. No meio do procedimento, de cortar os vegetais e rasgar os nomes, ela
foi fazer xixi e quando foi se limpar lembrou que não tinha lavado as mãos e
que quase morreu de tanta ardência nas partes. Não sabe o que deu mais certo,
se foi o mel ou a fúria dos pimentões. Mas que ele voltou, voltou. Ela pergunta
ao Tarot se deve continuar com o ritual, fecho as cartas e sugiro que ela vá
imediatamente a um ginecologista. Assim estão as pessoas.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-16402172991066099312015-11-12T15:48:00.001-08:002015-11-25T02:49:36.624-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLk_71DpzoMHGevTOhEBS1K8FYpY6t5IAn6G_ZSLUKpHtAlsCCshl4PbFhelRaNgo7wOaQnDToo9iipV7MdQ-4PA3jYeDsgM4-1efId0elIuOW-dOme45okXFpo7mNt2Hc6ZNKMCQi73I/s1600/11903909_1040487035975081_4168816486801255211_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLk_71DpzoMHGevTOhEBS1K8FYpY6t5IAn6G_ZSLUKpHtAlsCCshl4PbFhelRaNgo7wOaQnDToo9iipV7MdQ-4PA3jYeDsgM4-1efId0elIuOW-dOme45okXFpo7mNt2Hc6ZNKMCQi73I/s320/11903909_1040487035975081_4168816486801255211_n.jpg" width="305" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A
mulher mais triste do mundo, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Como
uma Penélope invertida e errática esqueci de
amarrar-me ao mastro da nau e fechei os olhos para melhor ouvir o canto
do meu amor. Cega, esqueci-me de vê-lo, de olhar nos seus olhos. E fiquei ali,
dia após dia, ouvindo a música que me perdia de mim. Seus ruídos. Os passos
silenciosos pela manhã ao sair do quarto para não me acordar. O chiado da água
da chaleira para o mate. O barulho da ração derramada nos potes das cadelas e o
barulho dele escovando os dentes. O jeito como ele entrava na cozinha ao meio
dia e me abraçava sussurrando, minha linda mulher, minha princesa. O ranger do
portão de ferro quando ele abria a garagem na tardinha e o jeito que ele punha
a mão pela janela para abrir a porta por dentro. O serrilhar das folhas no
pátio nos sábados pela manhã, o motor do cortador de grama, a água da mangueira
para lavar o carro no domingo depois do almoço, os gritos de gol quando o Inter
ganhava, o estalar dos dedos para chamar as cadelas pra dentro do pátio, o
barulho do fogo queimando a papelada da semana e ele guardando o carro na
garagem. O vento embalando os eucaliptos. O mugido dos bois e o revoar das garças rosas. O pio das gaivotas,
o mar lá longe e a lenha crepitando na lareira. Ele fechando as grandes e
emperradas janelas. E o seu ressonar calmo quando adormecia abraçado no meu
corpo. Ouvi tudo e esqueci-me de ver. De ver que ele tinha partido, que ele não
estava mais ali. Não sei o que fazer com estes ruídos que ainda reverberam nos
meus dias, agora que abri os olhos e não sei para onde ele foi. Esqueci-me
ingenuamente da cera das abelhas nos ouvidos e do perigo inexorável da melodia
encantatória, esta minha velha conhecida. Agora olho atentamente e não o vejo. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Mas
a lição é simples, Eros é cego e agora sou a mulher mais triste do mundo longe
daqueles ruídos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-88427577099773390082015-11-12T15:46:00.003-08:002015-11-12T17:19:46.947-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYO_VUcJAS7wRhHtsYfymnt2OICVwuAn9Z5GTpIKM3ScehsLhMk8GpWVKKwmYlAm9kuJectNgTfQYquf3maEYeUPyGtAN11OsTqLyYDDo0NePTyTIYJmKk6oO1onu_Tpi_eAU1YoLm7oU/s1600/11899782_1040484552641996_4389256281619599896_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYO_VUcJAS7wRhHtsYfymnt2OICVwuAn9Z5GTpIKM3ScehsLhMk8GpWVKKwmYlAm9kuJectNgTfQYquf3maEYeUPyGtAN11OsTqLyYDDo0NePTyTIYJmKk6oO1onu_Tpi_eAU1YoLm7oU/s320/11899782_1040484552641996_4389256281619599896_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Assim estão as pessoas,
por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Somos quatro mulheres e três homens
trabalhando na frente dos monitores numa sala pequena. A rotina é simples. Os
homens chegam e colocam os fones nos ouvidos e comentam o jogo do dia anterior,
os comentários são simples, “porra de treinador, tinha que ser demitido”; “e
aquele bosta que ganha milhões e me erra aquele gol”, “e aquele frango, assim
não dá.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Todos estão com os fones e não ouvem o
que dizemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Uma diz:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Hoje
cuspi no café dele antes dele chegar na mesa.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Fez
pouco, disse a outra.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Não
sei o que ele fez, mas tenho certeza que foi pouco, colega.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“O
desempenho daquele cretino, depois de uma semana sem me comer foi nota 5, ficou
de recuperação esta noite.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Penso
tanto numa vingança e não me vem nada decente à cabeça, uma vingança que me
alivie os cornos, entendeu.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Compra
líquido para os freios e joga na lataria do carro que a pintura faz assim ó
wijepcaslnasnlasksi.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"> Todas rimos. Ela acrescenta: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">“Faz
três vezes, ele conserta e você repete e fica super solidária com ele e se
ofereça para ir junto com ele na polícia fazer um BO contra tamanho vandalismo,
com cara de Cinderela.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"> É o momento da queixa matinal, umas
tem olheiras pela noite mal dormida por conta da nenê gripada, a outra vai ao
banheiro fazer o risquinho preto no olho, que se atrasou tanto que saiu com “cara
de ontem”, como esclarece. Depois, quase sempre, espiamos o horóscopo do dia,
cheias de esperança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Na metade da manhã começamos a
interagir. Os homens, já sem os fones, e num mau humor canino por conta do
timão decaindo, não tem noção do que falamos, assim como nós nem imaginamos o
nome do técnico ou do maldito goleiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Assim são os homens e assim são as
mulheres, a vida é mais do que simples.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Mas eu gosto mesmo é das mulheres. Porque
elas são doidas varridas, loucas de atar, não enfartam porque se queixam e tem
o apoio condicional das outras mulheres, sempre. Eu gosto das mulheres más e
cansadas, e das insatisfeitas, eu gosto das mulheres de verdade, que
tomam um café quente e dividem o biscoito de chocolate que é sempre amaldiçoado
e aceito vorazmente como uma hóstia divina contra a dureza da vida.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-22811587584932882052015-11-12T15:44:00.003-08:002015-11-12T15:44:44.946-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNWRZEzOLu_3N3RbKYYhzqOWngpkrlh8IMlw-_v3LqgFAF-2FsxppCAFXi6N_-oKOI7C_bwNmvS0W7lCHjV_x5Ko7fmDC89Hefcp-zp2_mRdLQrqPEeAYtz0klM9wmjP0UQQ9U0KWtW7U/s1600/11880327_1036541686369616_5209449278252919865_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNWRZEzOLu_3N3RbKYYhzqOWngpkrlh8IMlw-_v3LqgFAF-2FsxppCAFXi6N_-oKOI7C_bwNmvS0W7lCHjV_x5Ko7fmDC89Hefcp-zp2_mRdLQrqPEeAYtz0klM9wmjP0UQQ9U0KWtW7U/s320/11880327_1036541686369616_5209449278252919865_n.jpg" width="317" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A consulente me explica
que sente que perdeu o controle da sua vida. Diz que é como quando a gente toma
um caldo no mar, uma onda gigante e veloz nos pega de jeito, nos arrasta e não
para mais, a gente sai escalavrada, arranhada, os cabelos enosados, vertendo
água e sem ar. Ela diz que está no meio do caldo e que não consegue sair. Que a
velocidade da água não a deixa vir para a superfície. A carta da Roda da
Fortuna e do Carro sinalizam que o caldo continua. Ela ri cansada e diz,
também, que graça tem uma vida controlada, né. E mergulha no redemoinho outra
vez. Lembrei da Clarissa Pínkola Estés quando ela escreve que quanto mais
controlada uma vida, menos vida se tem para controlar. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(Lélia Almeida)<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-32224047561108509312015-10-23T17:02:00.002-07:002015-10-23T17:02:20.792-07:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Assim estão as pessoas, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A consulente me conta que estava namorando um rapaz de 30 anos, ela tem
55. Que viveu um verdadeiro tsunami erótico e que foi tudo de bom, mas que
cansou. Que não tem mais idade pra sexo gym todas as noites e que adora dormir
sozinha. O rapaz não entendeu nada, desapontadíssimo perguntou a ela se não
estava contente com o desempenho dele. Ela me explicou que quando a gente tem
que dar muita explicação é porque a pessoa não vai ter condições de entender. E
disse a ele de forma bem didática: querido, preciso da minha cama e da minha
solidão pra trepar quando eu quiser e pra poder peidar em paz, pode ser?<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-78629010544912810472015-10-23T07:30:00.002-07:002015-10-23T07:30:11.424-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
consulente me conta como foi difícil a separação do filho, um rapaz adulto que
foi morar sozinho. Às vezes a gente tem de fazer rupturas definitivas para
poder se encontrar de outra maneira, ela me diz. E conta que agora eles
passeiam de ônibus pela cidade, cada um coloca um fone no ouvido e escolhem
músicas no celular, olham-se cúmplices e risonhos ouvindo "I follow
rivers", o cordão umbilical leve, finalmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">(Lélia
Almeida)<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-41338578558103764312015-10-23T07:24:00.000-07:002015-10-23T17:03:01.576-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cuma7nVFCifSwPj_TsdOT-8RbnGIsSQAYEB3US7vo5hz7ZWrgL1IaKYmWe4ZzamX95LKOKgcdt1iUs2AY4LUkJ3Hl5V8l84rxsBYxChA3b9nNUGKGJvIAYnelrP6HFGBUqdAwTbligU/s1600/10157211_1072360976121020_2211492761622868441_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cuma7nVFCifSwPj_TsdOT-8RbnGIsSQAYEB3US7vo5hz7ZWrgL1IaKYmWe4ZzamX95LKOKgcdt1iUs2AY4LUkJ3Hl5V8l84rxsBYxChA3b9nNUGKGJvIAYnelrP6HFGBUqdAwTbligU/s1600/10157211_1072360976121020_2211492761622868441_n.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Perdi
um gato. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Perdi
um dente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Perdi
uma camisola azul.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Perdi
um amor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">um pé de limão siciliano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">e
outro de limão taiti.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Perdi
o chão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E
achei o meu caminho de volta pra casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">(Lélia
Almeida)<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-44890955117644758562015-10-23T07:21:00.002-07:002015-10-23T07:21:27.673-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAMlLI9wcowwXghzoBdO-wVy6K3RR-7o2glzdZVtXOVp2ILYalmELr5PKfihhAUqCTddcd-r-9pxPYIt-KTSOU55xWHvl2NpyAlcPb-VvTsOqe9AboTurzOr0GK_mSPQ6OPH_ANWMBOXE/s1600/12032142_1072367176120400_8046903450982943320_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAMlLI9wcowwXghzoBdO-wVy6K3RR-7o2glzdZVtXOVp2ILYalmELr5PKfihhAUqCTddcd-r-9pxPYIt-KTSOU55xWHvl2NpyAlcPb-VvTsOqe9AboTurzOr0GK_mSPQ6OPH_ANWMBOXE/s320/12032142_1072367176120400_8046903450982943320_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Doralice,
meu amor, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Fui
a Caxias do Sul participar da Feira do Livro de Caxias e me hospedei na casa da
minha amiga de toda a vida, a Lolô Heloisa Mezzalira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">No
dia que cheguei a Caxias minha amiga viajou para Porto Alegre e deixou as
instruções para que eu cuidasse da Doralice, uma cocker de 14 anos, que não
deixasse de alimentá-la e que a levasse para fazer xixi, lembrando que ela é
velhinha, que precisa ser mimada, etc. etc. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Apaixonei-me
imediatamente pela Doralice. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Estava
tão preocupada com os cuidados com ela que sonhei que a Dora fazia xixi na
minha cama. Às 6:45 da manhã estava a postos para cumprir a minha missão. Ela
acordou às 7:15 e descemos os dois andares. Doralice desceu as escadas em
desabalada carreira e me arrastou, ignorando o meu tornozelo avariado e tive
dificuldades imensas em acompanha-la. Quando chegou à porta do edifício, antes
que eu pudesse abri-la, Dora relaxou e fez um xixi imenso no corredor. Abri a
porta e fizemos um passeio pela rua com direito a cocozão e mais xixi. Depois
de deixa-la em casa desci com balde e vassoura para limpar o corredor, me
sentindo uma incompetente na minha missão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Voltei
pro sofá perto da cama da Doralice que dormia como uma anja. Os movimentos da
rua começavam na manhã fria da cidade. Fechei os olhos e ouvi a respiração da
Dora. Os barulhos da rua ficaram lá longe. Fiquei concentrada na respiração
dela e tudo ficou calmo novamente. Uma respiração tranquila e rouquinha que me
devolveu a paz que eu precisava depois de me sentir um fracasso cuidando de uma
cã idosa. Reconciliada com este e tantos outros fracassos fechei os olhos e
comecei a respirar no ritmo da Dora. Inspira-expira e uma paz luminosa invadiu
a sala e a minha vida. Ficamos velhas, eu e Dora. Não desço mais as escadas
velozmente, tenho de levar mais tempo para fazer determinadas coisas, sob pena
de fazer um xixi no lugar errado. Eu sou a Doralice. E fui tomada de uma
alegria mansa, sabendo que o meu tempo é outro agora, sem pressa e sem ter que
dar certo ou ser vitoriosa. Adormeci no ritmo da Doralice, aliviada, velha,
feliz e grata pelos ensinamentos da minha nova amiga.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-73534552044372927782015-10-23T07:19:00.002-07:002015-10-23T07:19:10.338-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5i-y7dxpHEHt8TY8OZtGAnuJ63EME7Rdnb6qLc8jnfEOQHz0yDdC4vxsE7o8A7cyA6IwxYJGhYc1v2taf3XvnvXvIPWtYKDwhn4k_yj0IOeCjLjkuZ0MBIZIkCyohC37wBcGueDrAI0g/s1600/12046699_1072408466116271_8025747749142572847_n+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5i-y7dxpHEHt8TY8OZtGAnuJ63EME7Rdnb6qLc8jnfEOQHz0yDdC4vxsE7o8A7cyA6IwxYJGhYc1v2taf3XvnvXvIPWtYKDwhn4k_yj0IOeCjLjkuZ0MBIZIkCyohC37wBcGueDrAI0g/s320/12046699_1072408466116271_8025747749142572847_n+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Travessia,
por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ele
me levou para conhecer a praia. Uma praia tranquila e cheia de gaivotas. Entrei
imediatamente no mar, ignorando a água fria e a resistência dele com o mar.
Depois de uns dias ensolarados e de mar calmo ele decidiu entrar comigo.
Expliquei que depois da arrebentação as águas sempre são plácidas e tranquilas,
que não tivesse medo, que confiasse em mim, eu que amo nadar em mar aberto e ficar
muitas horas dentro d’água. Ele conseguiu me acompanhar, mas não conseguiu
passar da arrebentação das ondas e ali ficou lutando e se defendendo sem
conseguir ir além. Bastava um mergulho e passar para o outro lugar aquele. Ele
ficou lutando contra as ondas que rebentavam sobre ele. E nunca mais saiu dali.
Então nadei, nadei para muito longe, dias e noites, atravessei os oceanos,
noites estreladas, dias chuvosos e outros ensolarados, guiada pelo vento, por
golfinhos e cardumes de peixes fosforescentes. Atravessei o mundo e quando
cheguei novamente à terra firme sacudi a cabeleira de algas numinosas e
caminhei certa e leve sabendo que as peixas, as ondinas e as sereias nunca se
perdem e jamais morrem na praia.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-27393044347385362602015-10-23T07:11:00.002-07:002015-10-23T07:11:23.906-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Assim
estão as pessoas, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
consulente me conta que pega o São Manoel todos os dias para voltar do trabalho
às 18hs e que sempre pega o mesmo cobrador, um senhor simpático de óculos, que
na hora dela descer do ônibus diz: - Descendo, ainda descendo, baixando, ainda
baixando, para orientar o motorista, muito cuidadoso o senhor. Na semana
passada depois de um rompimento amoroso, ela não suportou o mantra do cobrador
e caiu no maior choro, chorava de ranho e dizia pra ele: não, não e não, mais
pra baixo, não! Ele não entendeu nada, me contou ela chorando e rindo
loucamente. E concluiu que é por isto que as mulheres são maravilhosas, mesmo
no chão, mesmo depois da queda, elas nunca se levam muito a sério.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-27905115399506133102015-10-23T07:10:00.002-07:002015-10-23T07:10:24.111-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWBfaFD7iY3v6J_QW2-MVFPiJf_SyP3kSzgLtwNFZlyZHuUsiTpxx-jwEHUfRI4rU_UDWNWgst-zzsIap4UsxoyP8hoiM2hS-7k-PjoHBngWk5q1Kj1RwlUJZK6lW7NoEjGO4PHdEJH7k/s1600/11949468_1042716305752154_5188242292115956427_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWBfaFD7iY3v6J_QW2-MVFPiJf_SyP3kSzgLtwNFZlyZHuUsiTpxx-jwEHUfRI4rU_UDWNWgst-zzsIap4UsxoyP8hoiM2hS-7k-PjoHBngWk5q1Kj1RwlUJZK6lW7NoEjGO4PHdEJH7k/s320/11949468_1042716305752154_5188242292115956427_n.jpg" width="253" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Poderosa
Delami, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Delami
abre as cartas comigo tem oito anos já. Atravessamos juntas a sua década dos
cinquenta e posso dizer que ela o fez com graça e sabedoria. Uma mulher
daquelas que a gente quer ser quando crescer. Por conta da menopausa Delami foi
fazer terapia e questionou profundamente a sua vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ontem
me telefonou para marcar a consulta e me disse muito contente, "tive alta
da terapia", eu disse que estava doida pra saber da novidade. Por conta de
um casamento nefasto com um homem infantil, Delami sempre viveu pela metade, a
espera que o marido voltasse dos seus inúmeros casos. Percorreu os terreiros,
as casas espíritas, as igrejas todas até enveredar pelas terapias alternativas
e hoje podemos dizer que foi o Reiki que salvou a vida de Delami. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Na
entrada principal do Conjunto Nacional um homem entregou-lhe o cartão do
atendimento de Reiki e ela, em sua busca frenética para conhecer-se melhor e
assim transformar-se numa mulher perfeita para o marido fujão, marcou uma
sessão com o cara para o dia seguinte. Era uma sala pequena na Asa Norte, uma
sala meio precária a bem da verdade, que aquele homem jovem preenchia
soberanamente. Ele explicou sobre os benefícios do Reiki, fez com que ela
deitasse numa maca, acendeu incenso e colocou um cd com mantras indianos e começou
a falar muito mansamente. Pediu que Delami pegasse o bombom que ele oferecia e
que o colocasse no coração dizendo que via uma menina muito magoada e
ressentida e que naquele momento ela devia perdoar ao pai, a mãe, ao marido e
dissesse “da doçura do meu coração, eu te perdoo”, que repetisse algumas vezes,
o que deixou Delami nervosa porque sentia que o bombom ficava quente e podia
derreter. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Depois
de muito repetir o mantra ele passou-a para outra sala e pediu que ela deitasse
de barriga pra baixo numa maca quase na altura do chão e que tirasse a roupa.
As mãos daquele homem eram firmes e massageavam as costas de Delami. O homem
então deitou em cima do seu corpo pequeno, massageou seus braços e sussurrou:
“não se preocupe, nada de ruim vai acontecer”. Delami confiou naquela voz e na
sabedoria do seu corpo que abria as pernas, a boca e os braços sem titubear. A
sessão de Reiki durou três luxuriosas horas onde Delami descobriu-se uma mulher
jamais imaginada e por quem se apaixonou imediatamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Viu-se
escabelada e cheia de cores no espelho do elevador, os lábios inchados, era
outra. “Mandei uma mensagem para o meu terapeuta e disse a ele que não ia mais,
fui eu mesma quem me deu alta”, ela disse. Eu perguntei o que tinha este homem
de tão especial para que provocasse tamanha transformação. “Nada de especial”,
ela me disse, ”Aliás, o que mudou a minha vida não foi o que aconteceu naquela
cama, mas o que aconteceu depois. Depois quando me vesti e ele estava de jaleco
outra vez me esperando pra abrir a porta. Foi quanto perguntei quanto era a
sessão. Oitenta real, ele respondeu”. Delami estendeu as notas ao homem, ela
era muitas agora, era amiga de todas as mulheres do marido, ela era poderosa. E
o prazer que ela sentiu ao estender as notas não chegava nem perto de qualquer
outro experimentado momentos antes.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
Delami que abre os arcanos hoje parece uma menina, alegre e risadeira, e pensa
na possibilidade de fazer, à brevidade, um curso de Reiki.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-63255458191284533212015-10-23T07:07:00.002-07:002015-10-23T07:07:55.439-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Assim
estão as pessoas, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Chego
muito cedo para a consulta de acupuntura e decido tomar uma água no boteco da
esquina para fazer tempo. Somos cinco pessoas no boteco, duas mulheres jovens
envolvidas com um bebê, aquecem a mamadeira e cuidam do menino. Um homem
bastante embriagado que fica mais tempo na porta do lugar fumando do que
sentado ao lado da cerveja quente. E o dono do bar no caixa. Na tv, na sessão
da tarde, passa aquele filme com o Richard Gere, "Sempre ao seu lado"
que conta a história do cão akita que fica esperando o dono voltar mesmo depois
da sua morte. Tento manter a racionalidade, a frieza, mesmo sabendo que não
posso nem ouvir falar neste filme para chorar como uma bezerra desmamada. Uma
angústia absurda vai tomando conta de mim, não consigo conter as lágrimas.
Choramos todos dentro do bar. Somos todos cães leais aos nossos afetos mais
sagrados. E somos todos irremediavelmente saudosos.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-28879312296033069452015-10-23T06:58:00.002-07:002015-10-23T06:58:27.399-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK-etKocv4Ghld2zUDjlg28B7NO93qbA6ebU9DOYWRj_tX5MUjxS-292eSia0Lfv8ZC4NY5Ip3DsE2yRHLTqmbuifyf8DW5VKQpOWTcnOoQyugO1Ib1haxlzxpa7gcTneWR14emmUKG8s/s1600/12002260_1051859061504545_8904921413216495534_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK-etKocv4Ghld2zUDjlg28B7NO93qbA6ebU9DOYWRj_tX5MUjxS-292eSia0Lfv8ZC4NY5Ip3DsE2yRHLTqmbuifyf8DW5VKQpOWTcnOoQyugO1Ib1haxlzxpa7gcTneWR14emmUKG8s/s320/12002260_1051859061504545_8904921413216495534_n.jpg" width="246" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Mandei
uma mensagem de amor amarrada na garra de um falcão para um moço que está
longe. O falcão não encontrou o endereço. Bendito seja o destino!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">(Lélia
Almeida)<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-23860537103005197042015-10-23T06:55:00.003-07:002015-10-23T06:55:52.488-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Assim
estão as pessoas, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Subimos
várias mulheres e três homens jovens no elevador do Edifício Coliseu. A
conversa dos homens variou entre o jogo do Inter e o Sartori. Uma delas olhava
atenta para os braços peludos e morenos de um dos homens, e disse lá pelo 17º
andar, posso dar uma tocadinha? O cara muito surpreso disse que ela ficasse à
vontade e ela explicou, não leve a mal, mas o meu marido tá muito deprimido por
causa do Inter e do Sartori e nem comparece mais! Todas demos uma tocadinha e
saímos gargalhando do elevador, que em tempos de crise, só o humor na causa!<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-28005292035457646432015-10-23T06:51:00.002-07:002015-10-23T06:54:54.442-07:00<br />
<div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Tem
dois programas do GNT que me dão sinceras ânsias de vômito, um é “Socorro, meu
filho come mal”, onde a Gabriela Kapim ensina crianças mimadas e mal educadas,
filhas de pais retardados a se alimentar de maneira mais saudável e o outro que
é o “Fazendo a festa” onde a Fernanda Rodrigues organiza festas infantis
debilóides, temáticas, junto com outras mulheres especialistas no assunto.
Estas são as crianças da classe média, tirânicas, o centro do mundo das
famílias, muitas vezes famílias classe c que criam filhos classe a e que os
impedem de saber que existe frustração e limites num mundo onde eles cada vez
menos saberão viver e sobreviver, enfim, muitos já falaram com maior
propriedade sobre o assunto, como a Eliane Brum num texto exemplar que se chama
“Meu filho você não merece nada” , entre outros. Programas como estes são um
desfavor a uma reflexão séria sobre a infância e sobre como estamos educando os
nossos filhos e sobre o que queremos realmente para as nossas crianças num
mundo em convulsão onde muito menos de 1/3 delas come decentemente e bebe água
potável todos os dias. Tá muito vagabundo este GNT. Porque a história da
maioria das crianças do mundo, neste momento, é de desamparo, negligência,
abandono e vulnerabilidade. É o que nos revela Werner Herzog “Ballad Of The
Little Soldier”, de 1984, num documentário sobre as crianças nicaraguenses e
seu olhar absolutamente lúcido, delicado e poético sobre realidades tão
dramáticas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">(Lélia
Almeida)<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-49209754681479509682015-10-23T06:49:00.002-07:002015-10-23T06:49:23.040-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI69w_ZVyxGX9nS48MPeJEwXWrhyphenhyphenzq_tfXFQqJWipk0fr-fV7TpBU9iDux4innSsxz3inwrXMdlO3qmKvuoZUl4CZru9zVN-2RbA9v5Wo91uP8l751oSTLGLdYS1E4r2DEzjzAlt2fkpo/s1600/tumblr_mtvscjMU1A1rrezwbo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI69w_ZVyxGX9nS48MPeJEwXWrhyphenhyphenzq_tfXFQqJWipk0fr-fV7TpBU9iDux4innSsxz3inwrXMdlO3qmKvuoZUl4CZru9zVN-2RbA9v5Wo91uP8l751oSTLGLdYS1E4r2DEzjzAlt2fkpo/s320/tumblr_mtvscjMU1A1rrezwbo1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Assim
estão as pessoas, por Lélia Almeida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Sentou
do meu lado no ônibus uma mulher descabelada e pálida, encolhida de frio. Me
olhou e disse, "estou tão fodida da minha vida que hoje esqueci de escovar
o cabelo. Uma tristeza que me fez fumar que nem puta triste toda a noite. Saco,
viu." Caí na risada e fiz o resto do trajeto até o centro da cidade de
mãos dadas com a minha nova amiga. E repeti baixinho o meu mantra do dia:
"Benditas as mulheres tristes, benditas as mulheres escabeladas, benditas
as mulheres furiosas, benditas as mulheres vivas, benditas as mulheres de
verdade. Benditas as mulheres que sempre têm outras mulheres por perto e sabem
que só isto já vale a dureza das manhãs frias! <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Amém!<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-25193101638177762992015-10-23T06:46:00.002-07:002015-10-23T06:46:06.154-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgitTFO9NOiNpmFWb6wVpHAaTv2pwMVJLdSKHrBqjp35MDD0TKnqfvDhZHGEoANWCTfKze4btwv7E79_g8YAfqWsjwNKkcklYzqdGDyBxhi9djrMdW6ZRgwjJQDJ364f6G7LJrQofe92jg/s1600/12003386_1059010347456083_448300418107625525_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgitTFO9NOiNpmFWb6wVpHAaTv2pwMVJLdSKHrBqjp35MDD0TKnqfvDhZHGEoANWCTfKze4btwv7E79_g8YAfqWsjwNKkcklYzqdGDyBxhi9djrMdW6ZRgwjJQDJ364f6G7LJrQofe92jg/s320/12003386_1059010347456083_448300418107625525_n.jpg" width="250" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Tá,
vou explicar de novo. Desde que me conheço por gente que cada vez que digo que
sou do signo de Peixes que me olham com uma cara de decepção ou compaixão. Por
esta simples razão homenageio as peixas todas as noites, para lembrar que além
de doidaças, descompensadas, loucas e outros adjetivos tão injustos, elas são
criativas, artistas, poetas, o colo do mundo, divertidas, originais, compassivas,
belas, magas e grandes amigas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Tá
bom assim?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Boa-noite,
Peixas.<o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-66639883997977388932015-10-23T06:42:00.001-07:002015-10-23T06:43:00.773-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDp1aqDmSeiBxERrZg8tP2mknXX752ToUI76dKHmm4DCm9zKvJbjbZBhIH9num2FnnfMPGZlj8VLNolPxTR-S-zuf8Yl7qXQFXu1V8DhQO95aldKGzPKaEHYWuRJ5UDWPh9heJzts69Mc/s1600/12063513_1062874750402976_2262386864612139032_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDp1aqDmSeiBxERrZg8tP2mknXX752ToUI76dKHmm4DCm9zKvJbjbZBhIH9num2FnnfMPGZlj8VLNolPxTR-S-zuf8Yl7qXQFXu1V8DhQO95aldKGzPKaEHYWuRJ5UDWPh9heJzts69Mc/s320/12063513_1062874750402976_2262386864612139032_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Durante
muitos anos frequentei a mágica casa dos Verissimo quando fazia a minha tese de
mestrado sobre as personagens femininas de O tempo e o Vento do Erico
Verissimo, a Dona Mafalda me chamava de Maria Valéria, o acervo estava na casa,
com as fichas catalogadas e guardadas em caixas de sapatos. A minha amizade com
a querida Marica Ivana de Lima e Silva data de longo tempo. Aqui um
momento-tiete total! <o:p></o:p></span></div>
Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4897278639620083456.post-61732548220866251852015-10-23T06:41:00.002-07:002015-10-23T06:41:43.914-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqYjmASrY2stx05CbA9icZ7xB_Hd06B6IpNOSsjx_7XBw8BhiZxyf8OqoduXqz5c5-x_kIn3Qk4FL8iPeTcNjQ49AyH9tAEiY24byF02Et-R-2jI-AVGuCRvR2GqAgB_5Eh856HYoHNec/s1600/12088334_1062824200408031_573014731269075723_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqYjmASrY2stx05CbA9icZ7xB_Hd06B6IpNOSsjx_7XBw8BhiZxyf8OqoduXqz5c5-x_kIn3Qk4FL8iPeTcNjQ49AyH9tAEiY24byF02Et-R-2jI-AVGuCRvR2GqAgB_5Eh856HYoHNec/s320/12088334_1062824200408031_573014731269075723_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Lélia Almeidahttp://www.blogger.com/profile/16887070575748518080noreply@blogger.com0