quinta-feira, 25 de agosto de 2011




Do verdadeiro território do amor, por Lélia Almeida.

Fim de tarde. Todas de banho tomado e camisola na cama da Vó Pepa. Ela diz, eu e as minha guriazinhas. Contamos para a Sofia do dia em que ela nasceu, olhamos álbuns de fotos, estamos frescas, cabelos molhados, cada uma conta um pedaço da história, lembra de um detalhe, da roupinha amarela, da correria na hora do nascimento, e da nossa alegria que dura cinco anos já. A cama da Vó Pepa é como um navio suspenso no espaço. Estamos guardadas no tempo da memória. A tarde cai, o barco avança noite adentro. Quem conduz a nave, confiante e sorridente, é uma menina-capitã que sabe que aquele espaço suspenso é o verdadeiro território do amor.