sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Da intimidade:

"No entanto, a intimidade é mais do que um súbito reconhecimento de afeto entre duas pessoas. Eu sei que sim. Mas o que é, na verdade? Talvez seja a experiência que, de vez em quando, temos - raramente, é certo, mas temos - de nos tornarmos cada vez mais transparentes e de sentir o olhar cúmplice e familiar de alguém penetrando suavemente em todos os nossos poros? E, de igual forma, sentir que o nosso olhar interior consegue atravessar e compreender esse outro ser? (Embora, no entanto, comecemos pelo exterior). Nem sequer se pode pensar em intimidade sem antes meditar nas coisas a frio e ser capaz de infligir um ao outro uma espécie de ferida afetuosa."

Robert Dessaix, in Corfu, trad. Ana Teresa de Castro, ed. Gótica.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

[...] ¿Leíste alguna vez la leyenda medieval de Filomena? Keats la llamó Philomel. Un caballero feudal, amo y señor, casado com una mujer mayor, se enamora de la hermana menor de su esposa. La cerca y al final la viola. Para que ella no lo cuente, le corta la lengua. La niña se encierra y a escondidas borda un tapiz donde narra la historia que le há sucedido. Al descubrir el señor feudal este tapiz, decide matarla. Así lo hace. Y al morir ella se transforma en ruiseñor. Por eso el pájaro canta en las noches mientras los demás callan, para ser escuchado. [...] Tengo muchas historias que bordar. (p. 225)

In: SERRANO, Marcela. Antigua vida mía. Santiago de Chile: Alfaguara, 1995.